Título Original: Me Before You
Autora: Jojo Moyes
Gênero: Drama, Romance
Editora:  Intrínseca
Ano: 2013
Páginas: 320
Avaliação:

Sinopse: “Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe. Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro. Como eu era antes de você é uma história de amor e uma história de família, mas acima de tudo é uma história sobre a coragem e o esforço necessários para retomar a vida quando tudo parece acabado.

Olá pessoal!
Hoje resolvi resenhar meu livro favorito. Acho que depois de ter relido esse livro mais vezes do que eu possa contar, ele merecia uma resenha. Pois bem, nunca gostei de ler livros tristes, acho algumas histórias muito apelativas, usam o emocional da pessoa pra vender livro. Mas, fiquem tranquilos, esse não é o caso de Como eu era antes de você. Eu realmente achei que iria ler mais uma daquelas histórias de amor clichês, em que sempre um dos personagens tem que obrigatoriamente morrer pra dar um sentido na enrolação toda do livro e, por esta razão, sempre adiava a leitura deste livro.
         Então, foi com receio que eu abri o livro, mas logo nas primeiras páginas já tinha esquecido todos meus pré-conceitos anteriores por esse tipo de história. Esse livro definitivamente não é mais uma história triste com o único propósito de nos levar às lágrimas. Aliás, nem chorei lendo o livro. A história é maravilhosamente construída para nos fazer refletir sobre nossa própria vida. O que acontece com o Will, é apenas um terço de tudo o que esse livro tem pra ensinar.
         Logo de cara de identifiquei com a Louisa, me sentia acomodada no emprego, sem vontade de sair da minha cidade natal. Do mesmo modo em que o Will conseguiu transformar a Lou, eu também mudei um pouco depois de ler essa história. Que trata tanto sobre amor, como amizade e te faz questionar sobre o modo como você anda levando sua vida.
         Eu realmente recomento esse livro pra todo mundo.  Sim, ele pode te fazer chorar. Mas o maior risco que você corre ao ler esta obra incrível, é de acordar pra vida e sair em busca de seus sonhos. Esse livro é sobre vida, tanto a nova vida da Louisa, quanto a do leitor que está lendo. Deixo aqui um trechinho do final da carta que o Will envia para a Lou, um dos melhores finais de livros que já li:  

“Não pense muito em mim, não quero que você fique toda sentimental. Apenas viva bem.
Apenas Viva!
Com amor, Will”


Vocês sabiam que esse livro maravilhoso ser adaptado para o cinema? E que o filme sai ainda em 2016?! E melhor, teremos a continuação do livro em fevereiro!!!! Fiquem ligados nos próximos posts, pois teremos novidades sobre essa história Maravilhosa J  

  


MONTEIRO, José Lemos. A Estilística: manual de análise e criação do estilo literário. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005, cap. 4, pág. 101-153.

O capítulo “A escolha estilística” do livro A estilística: manual de análise e criação do estilo literário escrito por José Lemos Monteiro trata sobre as várias opções que um autor pode fazer ao escrever determinadas frases em seu texto.
O autor diz que podemos expressar de diversas maneiras ao escrever uma frase. Um mesmo enunciado pode ser escrito e formas diferentes sem perder o sentido original, e a escolha da maneira como será escrito depende do estilo de quem do escritor. Ou seja, “A escolha de um elemento em vez de inúmeros outros disponíveis no código é uma questão de âmbito estilístico” (pág. 101).
José Monteiro diz que essa escolha estilística pode ser feita em dois níveis diferentes: pelo eixo da seleção, na qual se opta por uma e exclui outras e pelo eixo da combinação no qual se elege um tipo de construção ou arranjo para estabelecer relações entre as unidades lexicais.
“Quando se realiza a operação de escolha no nível lexical, substituem-se elementos que guardam uma relação de identidade ou equivalência semântica.” (pág. 103). Nem todos os sinônimos tem o mesmo significado, o autor diz que cada vocábulo possui seu próprio valor evocativo que é relacionado com as classes sociais, região, época ou profissão de quem escreve. Não se pode usar termos informais em uma escrita totalmente formal, quando isso ocorre é chamado de incoerência estilística. Nas palavras de Monteiro “O significado de uma unidade linguística abrange a imagem mental (o conceito), as repercussões afetivas, a imaginação sensorial, bem como os valores sociais.” (pág. 104)
Há também palavras que possuem a mesma forma, mas em determinados contextos o significado muda. Como o autor descreve:

 As formas que originaram vocábulos homônimos foram, na                realidade, diferentes entre si. O problema é que, ás vezes, a evolução semântica gera para um mesmo significante significados extremamente distanciados, o que torna custoso identificar a polissemia, e, em outros casos, os homônimos podem manter entre si alguma relação significativa.

Monteiro fala que o processo de combinação na escrita de um texto apresenta duas modalidades (a sintaxe afetiva e a lógica), que podem operar em um sistema de coordenação ou subordinação de uma frase. E que “é da natureza do discurso se correlacionar com a escolha desses dois tipos de construção de frase” (pag.107). Desta forma, ele ressalta que:
A escolha entre dois tipos de construções se correlaciona de algum modo com a natureza do discurso. Assim, a prosa arcaica é mais coordenativa, a clássica prefere a subordinação e a contemporânea volta a ser mais inclinada à parataxe.

José Lemes fala que a articulação rítmica da escrita de um texto é definido pelo período que o autor pertence, e também pela época em que escreve. Ele diz que, os “fatores Lógicos, psicológicos ou mesmo fisiológicos intervêm no correlacionamento e na extensão dos enunciados, definindo o ritmo próprio de cada escritor.” (pág.111).  E também “[...] os traços definidores de um estilo de época podem induzir que os textos sofram variações nesse ponto.” (pág. 111)
Como podemos notar, o ritmo de escrita é definido pelo próprio escritor do texto. É ele quem vai comandar, a partir de suas experiências ou desejos, a maneira como sua narrativa será encaminhada. Como salienta Monteiro: “É oportuno insistir no fato de cada autor ter seu próprio ritmo, capaz de dar feição peculiar a sua obra.” (pág.112)
O autor descreve como os ritmos desarticulados que alguns escritores usam para escrever um texto, são utilizados quando tentam ser fiéis a reprodução de oralidade na escrita. Ao retratar a dificuldade que os escritores encontram ao tentar passar a oralidade pro papel Monteiro diz: “não seria difícil delimitar as sequências oracionais, conferindo-se ao texto uma organização dentro dos padrões convencionais da escrita, mas isto alteraria grande parte dos efeitos desejados.” (pág.114)
Segundo Monteiro, nenhum escritor segue uniformemente as regras de virgulação, e que é o papel da estilística identificar os procedimentos usados pelos autores para dar expressividade em seu texto. Nas palavras do autor:

Cada enunciado é uma situação nova, com sua aura de emotividade determinada pelo momento, pelas circunstâncias. Tudo isso nos leva a considerar que a opção pelo ritmo psicológico encerra um dos mais fortes desvios estilísticos e até mesmo deveria ter sido analisada mais detidamente na parte em que tratamos das matataxes, uma vez que se liga à quebra da coesão sintática.

Para Monteiro, os autores podem representar sua realidade através de uma visão estática ou dinâmica, os escritores tem liberdade para construir ou descontruir uma frase de acordo com seu estilo. Como o autor nos esclarece no trecho abaixo:

Côncisos de que a linguagem pode ser reinventada em qualquer nível, os escritores sempre estão abrindo novas possibilidades de construção dos enunciados, às vezes partindo de uma operação de desconstrução em que as frases aparecem na estrutura superficial como se fossem apenas vocábulos soltos.

            Os efeitos do foco narrativo em um texto é muito importante para compreendermos o estilo de cada escritor, pois cada autor escreve de uma maneira e para públicos diferentes. Ou seja, “a adoção de um ou outro foco está ligada às intenções do autor, embora possa haver alguma influência do próprio gênero.” (pág.117)
Sobre as estruturas topicalizadas, o autor diz que:

Os gramáticos se mostram incapazes de descrever certas construções que lhes parecem frases quebradas ou simplesmente inanalisáveis. Em geral, são rotuladas de anacolutos e avaliadas com desvios expressivos somente quando ocorrem no discurso de um grande escritor.

            Ao analisar os processos sintáticos, Monteiro diz que os gramáticos distinguem três processos sintáticos na construção frasal: a concordância, a regência e a colocação dos termos. Porém, na formulação de regras, os gramáticos se veem obrigados a apresentar um acúmulo de exceções, porque na verdade não existem uniformidade de emprego, em decorrência do próprio caráter variável ou heterogêneo da língua.
Para José Monteiro, “A representação dos entes reais ou imaginários se faz linguisticamente por meio de vocábulos que, se caracterizam por traduzir uma perspectiva estática em relação ao mundo biossocial.”(pág.128)
O autor fala sobre os principais efeitos dos processos de substantivação e adjetivação que são: a visualização do abstrato, o apelo sensorial, e a mudança de classe.
Sobre o uso de artigos em um texto literário, o autor diz que é um dos mais significativos quando se usa de uma maneira adequada. “Sua presença reiteração ou ausência acarretam efeitos estilísticos-semânticos dos mais variados, o que nos leva a fixar algumas diretrizes para a depreensão dos valores.” (pág.147)
Por fim, Monteiro ressalta que toda a alteração acontece sempre em função de alguma variação semântica. Como ele diz “A todo instante, a pronuncia que conferimos aos vocábulos reflete a flutuação de nosso estado emotivo. O arrebatamento, a surpresa, a indignação, a revolta, a ironia, tudo pode ser marcado por traços fonológicos.” (pág. 153)










COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2011. Pág. 45-73

         O livro Letramento Literário escrito por Rildo Cosson, trata sobre as maneiras de ensinar literatura na sala de aula. O autor nos leva a refletir sobre o uso da literatura em sala de aula, com o foco no letramento literário para a construção de uma comunidade de leitores.
 Nas palavras do autor, é papel do professor fortalecer a disposição crítica do aluno, de maneira que eles ultrapassem o simples consumo do texto literário, o aluno deve, ao ler uma obra literária, ser capaz de identificar seu mundo e seu cotidiano mesmo em obras canônicas.
Cosson diz que é necessário que a literatura seja uma prática viva em sala de aula, partindo do conhecido para o desconhecido. Dessa forma, o aluno conseguirá construir um sentido. O autor ressalta que:

[...] é necessário que o ensino da Literatura efetive um movimento contínuo de leitura, partindo do conhecido para o desconhecido, do simples para o complexo, do semelhante para o diferente, com o objetivo de ampliar e consolidar o repertórtio cultural do aluno. Nesse caso, é importante ressaltar que tanto a seleção das obras quanto as práticas de sala de aula devem acompanhar esse movimento.

Rildo Cosson nos mostra que existem duas formas sobre como desenvolver atividades com leitores tendo como objeto a literatura: sequência básica e sequência expandida.
A sequência básica é constituída por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação.
O primeiro passo do letramento literário é a motivação e consiste em preparar o aluno para entrar no texto. De acordo com Cosson, o sucesso inicial do encontro do leitor com a obra depende de boa motivação. A introdução é a apresentação do autor e da obra e, independentemente, da forma utilizada para introduzir a obra, o professor não pode deixar de apresentá-la fisicamente aos seus alunos.
O autor nos diz que ao ensinarmos leitura não podemos perder de vista os objetivos; pois a leitura escolar precisa de acompanhamento, direcionamento. Há também os intervalos sugeridos no livro, pois é justamente
nesses espaços de tempo que o professor terá a oportunidade de perceber as dificuldades de leitura dos alunos.
A interpretação constitui-se das inferências para chegar à construção do sentido do texto, dentro de um diálogo que envolve autor, leitor e comunidade.
Cosson ressalta que o importante na interpretação é que o aluno tenha a oportunidade de fazer uma reflexão sobre a obra lida e consiga relacioná-la a fatos de sua vida de forma concisa, permitindo o estabelecimento do diálogo entre os leitores do ambiente escolar.

                                                


KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Linguística textual: quo vadis?. DELTA, 2001, vol.17.
          
        O artigo científico "Linguística Textual: Quo Vadis?",  de Ingedore Grunfeld Villaça Koch, objetiva-se em questionar o futuro da Linguística Textual na atualidade e os obstáculos enfrentados para ajudar no desenvolvimento das ciências humanas.
         A autora inicia sua introdução explicando o que é a linguística textual. Ela diz que existem muitas concepções sobre o que é texto, e que é importante saber com qual desses conceitos de textos a linguística textual trabalha, pois cada um possui uma visão diferente sobre o que é texto.

         A autora diz que quando a linguística textual surgiu seu objeto de estudo era a coesão que estava ligada á coerência, pois ambas eram vistas como qualidades ou propriedades do texto. Mas depois da década de 80 o conceito de coerência foi ampliado. Para se ter coerência tem que haver uma interação entre texto e leitor, dependendo de uma série de fatores de ordens diversas. Além disso, a informalidade, a situacionalidade, a intertextualidade, a intencionalidade, a aceitabilidade, a contextualização, a focalização, consistência, e relevância se tornaram novos critérios de pesquisa sobre o texto.

         Koch fala que a situação atual da Linguística Textual mudou muito a partir da década de 80, quando houve um grande desenvolvimento das investigações no campo da cognição, pois muitos estudiosos da área começaram a se interessar mais pela linguística textual.

         A autora conta que a questão dos gêneros textuais voltou a ocupar um lugar de destaque nas pesquisas sobre o texto tornando-se um terreno próspero para novas pesquisas. Muitos pesquisadores atualmente consideram o gênero como um apoio das atividades  de linguagem. Eles estabelecem distinção entre os gêneros, discursiva e sequencias textuais. Desta forma o gênero ultrapassa a heterogeneidade das práticas de linguagem e faz surgir toda uma série de regularidades no uso.  

         A autora aponta duas obras que mostram o futuro da linguística textual. A primeira é a de R. de Beaugrande chamada " New Foundations for a Science of Text and Discourse: Cognition, Communication, and Freedom of Access to Knowledge and Society" de 1997, o autor da obra diz que a ciência do discurso e do texto deveria, construir seus modelos com base em uma agenda mínima. Que consiste em : a) definição dos objetivos; b) definição dos termos chave e conceito numa terminologia sistemática; c) acesso às atividades implicadas pela construção do modelo com ações cognitivas, discursivas e sociais.

         Outra obra importante é a "Texte als Konstitutionsforman von Wissen" de Antos & Tietz (orgs.) Die Zukunft der Textlinguistik ,nesta obra o autor defende a ideia de que textos são, formas de cognição social e sua contribuição na evolução do conhecimento, "é a de constituir-se em ponto de partida e de chegada na ancoragem da Linguística de  Texto no quadro de uma teoria de evolução cultural" (pag. 17). 
            Ingedore Koch conclui seu artigo dizendo que o texto nos permite organizar cognitivamente o mundo. Desta forma, a Linguística Textual se tornou um fortalecimento para novos caminhos e é também o ponto de partida inicial de muitos textos em diversas direções. A linguística textual sente necessidade de aumentar seu diálogo com as outras ciências se transformando em uma "ciência integrativa". Ela termina seu texto dizendo que a Linguística Textual "busca compreender e explicar esse objeto multifacetado que é o texto-fruto de um processo extremamente complexo de interação construção social de conhecimento e de linguagem". 

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