Olá pessoal! Como tinha
dito no post anterior, vou
postar alguns trabalhos produzidos por mim na minha graduação em Letras, por
isso segue aqui o primeiro fichamento feito por mim.
Vítor Manuel de Aguiar e Silva, no
capítulo Lírica, Narrativa e Drama, do livro Teoria da Literatura aborda sobre
as características de cada um desses três gêneros literários: a lírica, a
narrativa e o drama.
O autor começa dizendo que a
poesia lírica se diferencia da narrativa e do drama, pois na poesia lírica o
sujeito é individual, desta forma ele aborda sobre as questões vividas pelo
próprio indivíduo. Para Silva, a lírica nasce na descoberta e no aprofundamento
do próprio eu, ou seja, na maneira como esse eu, encara a realidade. Ao lírico
é impossível ausentar- se de si mesmo, ser outra pessoa para criar seres ou
coisas que consigam dar um afastamento ao sujeito individual.
O mundo exterior apenas
representa um elemento de criação lírica, quando esta concentrado na
interioridade do poeta, enquanto convertido em uma revelação íntima. Assim, um
dado narrativo tem como único objetivo evocar uma situação íntima, mostrar o
conteúdo de uma subjetividade. E a poesia descritiva só é liricamente valida,
quando usa a descrição apenas como um suporte do universo simbólico do poema. E
esse é um aspecto fundamental da poesia lírica relacionado com o caráter estático da literatura.
Na lírica não há história a ser contada, deste
modo o poema não pode despertar no leitor o desejo de saber como vai ser o fim
deste mesmo poema. E por esta razão, a poesia narrativa surge como uma lírica impura
e muitas vezes sem autenticidade poética.
Silva começa a falar da narrativa dizendo que
tanto ela quanto o drama se diferenciam da lírica por representarem o mundo
objetivo e a ação do homem considerada nas suas relações com a realidade
externa.
Para ele, a narrativa se
define por representar a totalidade dos
objetos, ou seja, uma esfera da vida real, e como ela se comporta. Desta
forma, o que rege um romance é a vontade de demonstrar um mundo que possua uma
clara independência ao romancista.
Para o autor, a presença ou a ausência do
romancista na obra constitui um fator irrelevante para o seu romance. Assim, um
escritor pode se interessar por personagens com personalidades diferentes da
sua, o que demonstra que ele se interesse primeiramente pelos outros.
As personagens de um romance
se localizam em acontecimentos, em fatos, que aparecem em uma historia e assim
se forma o caráter dinâmico do
romance: o universo do romance é o universo do tornar a ser.
E por fim, Vítor Manuel de Aguiar e Silva,
apresenta o Drama como um gênero que procura representar a vida, através de
ações humanas que se opõem, de forma que o amparo desta reside na colisão
dramática.
Para ele, o elemento essencial é do drama é a
figuração do homem e não da sociedade ao redor. O drama exige a presença física
do ser humano, mesmo se a trama estiver situada no passado ou no futuro, a ação
dramática sempre se apresentara como atualidade para o espectador.
No teatro personagem e espectador ficam frente
a frente. E a ação se desenvolve perante os olhos do espectador. No drama não
ha espaço para analise minuciosa das ações presentes no romance. No drama a evolução da vida e das personagens é
substituída pela crise, que coloca os personagens em conflitos e situações de
extrema tensão. O tempo dramático é um tempo curto, condensado, tempo do
conflito e da luta inevitável.
Gostou do fichamento? Não esqueça
de seguir o blog, compartilhar e comentar! Sua opinião é muito importante pra
mim, não deixe de comentar o que você achou deste texto J
Muito obrigado, ajudou muito para o meu entendimento.
ResponderExcluirSou graduando em Letras da UFRRJ. Abraço!